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A Nova Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício a partir de 2027: o que muda e por que é relevante?

  • Foto do escritor: FinState
    FinState
  • 23 de abr.
  • 3 min de leitura

A partir de 2027, passaremos a ter uma nova abordagem na forma de apresentar as Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE), em linha com as recentes atualizações propostas pelo International Accounting Standards Board – IASB.

O objetivo principal é tornar as informações mais claras, comparáveis e úteis para investidores, gestores e demais usuários dos relatórios financeiros. Neste artigo, discutiremos os principais pontos divulgados até o momento e os impactos esperados dessa mudança.


1. Contexto das mudanças

O IASB vem revisitando há alguns anos o projeto chamado Primary Financial Statements (ou “Demonstrações Financeiras Primárias”). Entre as propostas, destaca-se a padronização de subtotais e seções dentro da DRE, possibilitando aos usuários identificarem rapidamente as fontes de receita, custos e despesas operacionais e não operacionais.

Essas alterações estarão refletidas na nova estrutura da DRE que passará a vigorar de forma mandatória em 2027 para todas as companhias que seguem as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS). No Brasil, por estarmos alinhados ao IFRS via CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), a expectativa é que essas mudanças sejam igualmente adotadas.


2. Principais pontos da nova estrutura

2.1 Segmentação em categorias claras

Um dos pilares dessa reformulação é a segmentação das operações em categorias de classificação de receitas e despesas: "Operacionais”, “de Investimentos” e “de Financiamento”). A ideia é fornecer maior clareza sobre:

  • Resultado das operações principais (Operacional): Onde a empresa efetivamente gera valor a partir do seu core business.

  • Resultado de investimentos: Classificado separadamente para dar transparência à geração de receitas e despesas advindas de aplicações financeiras, participações societárias e outros investimentos.

  • Resultado de financiamento: Custos e receitas relacionados à estrutura de capital (juros, dívidas, etc.).

2.2 Novos subtotais obrigatórios

Outra novidade consiste na exigência de subtotais específicos. Até então, cada empresa costumava apresentar o resultado operacional de maneira mais livre, o que resultava em dificuldade de comparação. A partir de 2027, algumas linhas serão padronizadas (por exemplo, “Lucro ou Prejuízo Operacional”, “Lucro ou Prejuízo antes do Resultado Financeiro e Impostos”, entre outras), reduzindo a subjetividade.

2.3 Maior destaque para ganhos e perdas extraordinárias

Eventos pontuais e não recorrentes – que muitas vezes “poluem” a análise do resultado principal da empresa – deverão ficar mais visíveis. Assim, os usuários poderão separar melhor o que faz parte do desempenho usual da empresa e o que é evento isolado (como receitas e despesas de natureza excepcional).

2.4 Transparência e comparabilidade

Com a adoção de linhas padronizadas, os relatórios financeiros das empresas serão mais fáceis de comparar entre si. Essa comparação também se estende ao longo do tempo dentro de uma mesma empresa, pois a DRE trará mais clareza na segregação das atividades que compõem o desempenho econômico.

3. Impactos para as empresas e profissionais de contabilidade

  1. Ajustes nos sistemas e processos contábeis: Será necessário rever o plano de contas e garantir que as novas rubricas e categorias sejam corretamente alocadas.

  2. Treinamento e capacitação: Os profissionais de contabilidade, controladoria e finanças precisarão atualizar conhecimentos e dominar os novos conceitos e subtotais exigidos.

  3. Comunicação mais objetiva: Para analistas, investidores e stakeholders em geral, a informação passará a ter uma “linguagem” mais uniforme, o que deve facilitar a compreensão dos dados e a tomada de decisões.

  4. Revisão de práticas gerenciais e controles internos: Empresas deverão adequar seus relatórios gerenciais internos para refletir as mesmas categorias e subtotais, criando uma cultura de comparabilidade interna e externa.

4. Como se preparar desde já?

  • Monitoramento de publicações oficiais: Acompanhar comunicados do IASB, do CPC e dos órgãos reguladores locais (por exemplo, CVM no Brasil).

  • Capacitação interna: Investir em cursos, palestras e treinamentos para equipes de contabilidade, controladoria e finanças.

  • Revisão de processos e sistemas: Avaliar se as atuais classificações de contas e sistemas ERP estão prontos ou se precisarão de ajustes para gerar a nova DRE de forma automatizada e consistente.

  • Antecipar testes-piloto: Antes de 2027, muitas empresas podem optar por apresentar demonstrações contábeis em formato “piloto” ou dual (comparando a estrutura antiga com a nova), a fim de identificar possíveis inconsistências e ajustar procedimentos com antecedência.

5. Conclusão

A reformulação da Demonstração do Resultado do Exercício busca maior clareza, comparabilidade e robustez na análise do desempenho empresarial. Embora a implantação só seja obrigatória a partir de 2027, as empresas que se anteciparem às mudanças estarão mais preparadas para atender às exigências do mercado e dos órgãos reguladores, além de oferecerem relatórios cada vez mais alinhados às melhores práticas internacionais.

E você, já está se preparando para a nova DRE? Compartilhe este artigo para ajudar outros profissionais a compreenderem a importância e o impacto das mudanças que vêm por aí!

Gostou do conteúdo? Deixe seu comentário e vamos continuar a discussão sobre como as atualizações nas normas contábeis podem impactar a gestão e a tomada de decisões nas empresas.

 
 
 

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