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ESG e Contabilidade: impactos nas demonstrações financeiras e o papel do Relato Integrado até 2027

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    FinState
  • há 11 minutos
  • 3 min de leitura

1. Contexto das mudanças

Pressionados por investidores, reguladores e pela sociedade, os relatórios corporativos caminham rapidamente para reunir, num único documento, informações financeiras e de sustentabilidade. O ponto de virada ocorreu com a publicação dos IFRS S1 (Requisitos Gerais de Divulgação de Sustentabilidade) e IFRS S2 (Divulgações Climáticas), válidos para exercícios iniciados em 1de janeiro de 2024, estabelecendo um “padrão-base global” para a informação ESG (Environmental, Social and Governance).


No Brasil, a Resolução CVM 193/2023 determinou que todas as companhias abertas apresentem relatório de sustentabilidade alinhado ao ISSB a partir do ano-base 2026 (com adoção voluntária já em 2024-2025). Somada a isso, a Fundação IFRS incorporou oficialmente o Integrated Reporting Framework (Estrutura de relatório integrado), reforçando o conceito de relato integrado como eixo de convergência entre IASB - International Accounting Standards Board e ISSB – International Sustainability Standards Board, órgãos responsáveis, respectivamente, por desenvolver e emitir as normas contábeis internacionais de relatório financeiro (IFRS) e por criar padrões globais para a divulgação de informações sobre sustentabilidade.


2. O que é Relato Integrado e por que ele importa

O Relato Integrado (RI) propõe conectividade entre indicadores financeiros tradicionais e seis capitais fundamentais: financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social-relacional e natural. O objetivo é demonstrar criação de valor no curto, médio e longo prazos, deixando claro como fatores ESG influenciam as demonstrações financeiras:

Resultados: relatórios mais comparáveis, redução do greenwashing (prática de marketing enganosa utilizada para criar uma falsa imagem de sustentabilidade ambiental) e decisões de capital melhor embasadas.


3. Como ESG está moldando as demonstrações financeiras

3.1 Reconhecimento e mensuração de riscos ambientais

Provisões: passivos de restauração ambiental, multas potenciais e custos de remoção de carbono agora ganham disclosure (divulgação) obrigatório e critérios mais robustos de estimativa.

Impairment: testes de recuperabilidade precisam incorporar cenários de transição energética e preço de carbono.


3.2 Efeitos sociais no resultado

Incentivos vinculados a diversidade e segurança do trabalho tornam-se despesas operacionais recorrentes, enquanto métricas de rotatividade impactam provisões de rescisão e custo de treinamento.


3.3 Governança e performance financeira

Remuneração variável indexada a metas ESG passa a ser explicitada na Demonstração de Resultado Abrangente – DRA.

Comentários da administração precisam explicar como o board supervisiona riscos climáticos e sociais — exigência direta do IFRS S1.


4. Impactos para empresas e profissionais de contabilidade

Revisão do plano de contas: mapear linhas de custo/receita ligadas a iniciativas ESG.

Sistemas integrados: ERP e softwares de reporte devem capturar, em tempo real, dados financeiros e indicadores de sustentabilidade.

Capacitação multidisciplinar: contadores precisarão dominar métricas de emissões, análise de materialidade e governança de dados.

Adaptação de políticas contábeis: notas explicativas mais extensas, detalhando pressupostos climáticos e sociais, serão escrutinadas por auditores e investidores.


5. Como se preparar desde já

Monitore normas ISSB/IASB e CPC: acompanhe minutas, webcasts (transmissões de áudio e vídeo pela internet) e consultas públicas.

Mapeie lacunas de dados: identifique onde informações ESG surgem (suprimentos, RH, operações) e crie processos de validação.

Pilote relatórios duplos: publique, de forma voluntária, uma versão integrada paralela ao modelo atual — isso facilita auditorias e feedback precoce.

Treine o time: workshops sobre preços de carbono, due diligence de cadeia de valor e governança de riscos.

Engaje stakeholders: investidores, clientes e fornecedores precisam entender a narrativa de valor criada pelo RI.


6. Prepare-se para a convergência entre informações financeiras e ESG

A convergência entre informações financeiras e ESG não é mais tendência, tornou-se exigência regulatória e expectativa de mercado. Ao adotar o Relato Integrado e alinhar-se aos padrões IFRS S1/S2, empresas ganham transparência, reduzem custo de capital e fortalecem a confiança dos stakeholders. Quem se antecipar chegará a 2027 não apenas em conformidade, mas com um diferencial competitivo claro.


A sua organização está pronta para traduzir desempenho ESG em valor financeiro? Compartilhe este artigo e participe do debate sobre o futuro da contabilidade sustentável!


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